Estendendo o alcance 4G e 5G com satélites

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Estendendo o alcance 4G e 5G com satélites
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Recentemente, houve um grande burburinho sobre como alguns novos smartphones agora podem enviar mensagens SMS de emergência de qualquer lugar diretamente via satélite. Embora seja um desenvolvimento empolgante, a verdade é que os satélites há muito tempo constroem sociedades digitais mais inclusivas em todo o mundo, expandindo o alcance das redes móveis terrestres.

Em muitos lugares ao redor do mundo, há serviços 3G e 4G regulares precisamente porque os sistemas de satélite de alto rendimento forneceram o backhaul móvel e o entroncamento para redes móveis terrestres. Por exemplo, a frota multi-órbita de satélites geoestacionários (GEO) e O3b de órbita terrestre média (MEO) da SES está permitindo que as operadoras móveis forneçam 4G nas comunidades remotas do leste da Groenlândia, 4G na República Democrática do Congo, 4G em uma cidade de 500 mil habitantes na orla da Amazônia no Peru e 4G no interior montanhoso de Papua Nova Guiné. Ao fazer isso, a SES ajudou a conectar os desconectados e contribuiu para o crescimento econômico e o desenvolvimento social nessas áreas de difícil atendimento.

Além disso, a SES está pronta para acelerar o lançamento de novas redes 5G, especialmente quando sua nova constelação O3b mPOWER se torna operacional. A SES trabalhou em estreita colaboração com parceiros do governo e do setor para demonstrar com sucesso que os satélites podem ser incorporados perfeitamente às redes 5G para oferecer suporte às principais funcionalidades e casos de uso do 5G, incluindo banda larga móvel aprimorada, computação de ponta e Internet das Coisas (IoT). Em 2022, realizamos testes de campo 5G com uma operadora de rede móvel dos EUA com resultados promissores e assinamos um acordo com a Vodafone para apoiar seus planos atuais de implantação de 4G e futuros de 5G em Papua Nova Guiné.

Implicações para a política

Reguladores e formuladores de políticas devem ter em mente os papéis valiosos que os satélites desempenham no ecossistema de comunicações ao conectar os desconectados e construir uma sociedade digital mais inclusiva. Como todas as indústrias sem fio, os satélites precisam de acesso garantido ao espectro para desempenhar seu papel. O reaproveitamento do espectro de satélite em uso para futuros serviços terrestres provavelmente piorará a lacuna digital. Isso é especialmente verdadeiro para as frequências de satélite de banda Ku e Ka mais altas que são usadas por operadoras de satélite para reduzir a divisão digital. No entanto, as operadoras móveis usarão essas bandas apenas para fornecer mais “capacidade” 5G em áreas de alta demanda, como estádios e centros de transporte, que provavelmente já possuem 5G.

Existe um risco real em redirecionar o espectro de satélites das bandas Ku e Ka para mais capacidade 5G em áreas urbanas, pois pode-se acabar sem satélite nem serviço 5G nessas bandas. O caso de negócios para 5G em frequências mais altas é incerto, devido ao alto custo e demanda limitada. A Coreia do Sul, que foi uma das primeiras a redirecionar o espectro de banda Ka de satélite para 5G em 2018, recentemente tomou medidas para cancelar suas licenças de ondas milimétricas 5G por falta de construção, já que menos de 200 das 45.000 estações base necessárias foram construídas desde que a banda foi leiloada. Da mesma forma, Hong Kong teve que relaxar os requisitos de construção para seus licenciados de ondas milimétricas 5G devido à implantação lenta. Mesmo nos Estados Unidos, a construção de ondas milimétricas 5G tem sido tão limitada que os aparelhos 5G são conectados a redes de ondas milimétricas em menos de 1% do tempo. Nesse ínterim, as implantações de satélite nas mesmas frequências da banda Ka foram completamente impedidas ou severamente reduzidas nesses países.

A SES acredita que há maneiras muito melhores de atender à demanda de banda larga em áreas urbanas do que redirecionar o espectro de satélite usado para reduzir a exclusão digital. Um resultado muito melhor pode ser alcançado simplesmente colocando o 5G na banda de 26 GHz que foi identificada globalmente para esse serviço e preservando os 28 GHz para os muitos sistemas de satélite lançados nessa banda. Dessa forma, os países podem aproveitar o potencial para futuros serviços de ondas milimétricas 5G, bem como todos os benefícios dos serviços de banda larga por satélite.